Título
Descrição
A Quinta de S. Luís está situada na margem esquerda do Rio Douro, perto do Pinhão, na freguesia de Adorigo, concelho de Tabuaço. Adorigo integra uma povoação anexa denominada S. Martinho, que parece ter sido a sede ou o núcleo primitivo do povoamento local. Topónimo único no País, de origem incerta, há quem a atribua, embora sem grande segurança, a um patronímico. Teria provindo do nome próprio Aldericus, senhor ou presor, ou aquele que recebeu em partilha esta terra conquistada aos mouros nos alvores da nacionalidade portuguesa. O padroado de Adorigo pertenceu à reitoria de Barcos, antigo concelho, hoje aldeia integrada no conjunto das aldeias históricas do Douro Vinhateiro. Antes de uma visita à Quinta de São Luís, é possível contemplar estes recantos classificados pela Unesco como património mundial da Humanidade.
A Quinta de S. Luís está situada na margem esquerda do Rio Douro, perto do Pinhão, na freguesia de Adorigo, concelho de Tabuaço. Adorigo integra uma povoação anexa denominada S. Martinho, que parece ter sido a sede ou o núcleo primitivo do povoamento local. Topónimo único no País, de origem incerta, há quem a atribua, embora sem grande segurança, a um patronímico. Teria provindo do nome próprio Aldericus, senhor ou presor, ou aquele que recebeu em partilha esta terra conquistada aos mouros nos alvores da nacionalidade portuguesa. O padroado de Adorigo pertenceu à reitoria de Barcos, antigo concelho, hoje aldeia integrada no conjunto das aldeias históricas do Douro Vinhateiro. Antes de uma visita à Quinta de São Luís, é possível contemplar estes recantos classificados pela Unesco como património mundial da Humanidade.
Em Adorigo, é possível contemplar o que restou da sua antiga igreja no interior do templo actual, com destaque para a talha dourada renascentista que a decorou até 1940, ano em que ruiu. A actual Igreja data de 1984. No já referido lugar de S. Martinho, existe também uma pequena capela e a capela particular, de Nossa Senhora de Monserrate, ambas a visitar. Restos de um Douro comunitário é possível contemplar neste lugar de S. Martinho, lá está o forno como testemunho. O rio conheceu aqui uma travessia para a outra margem, uma barca, que proporcionava o acesso a Covelinhas, povoado fronteiro a Adorigo. O povo denominou-a de Passagem do Ferrão, ficava precisamente em frente à Quinta de São Luís.
Reportando-nos a esta propriedade, as informações mais frequentes referem-se ao séc. XIX, e centram-se mais concretamente entre os anos de 1800 a 1830, altura em que a quinta pertenceu a João Varandas. Os terrenos onde se encontra plantada foram demarcados para vinhos de Feitoria em 1761 e nas demarcações Marianas, em 1788, ou seja que podiam ser exportados pela barra do Douro através da Feitoria inglesa do Porto. De 1830 em diante e até a quinta ser ser adquirida pela firma Kokpe & C.ª, Lda. (1922), conhece-se mal a evolução da propriedade. Deu nome à firma que nessa data adquiriu a Quinta de São Luís, a família Kopke. Trata-se de uma família originária de Hamburgo que veio fixar-se em 1636, na cidade de Lisboa.
O primeiro deste nome conhecido na capital portuguesa foi Nicolau Kopke que desempenhou o cargo de Cônsul Geral da Liga Hansiática, importante organização comercial fundada ainda em tempos medievais e que assumiu ao longo de séculos o transporte e comércio das mais variadas mercadorias entre as cidades portuárias do norte da Europa e as feitorias sediadas nos portos dos Países Baixos. Casado com a alemã Emerenciana Crockman, teve um filho, Christiano Kopke, que se pensa ter sido o fundador da firma que, em finais do século XVIII, ostentava o nome da família: a casa C.N.Kopke &Cº, ligada ao negócio de vinhos do Porto. Em 1638, Cristiano Kopke estabeleceu-se no Porto, na Rua da Reboleira, uma das principais artérias portuenses da época. A instalação dos Kopke no Porto esteve inicialmente ligada aos negócios em geral, contudo acabaram por se especializar em três produtos: as aduelas, o linho e o ferro. Só mais tarde aparecem empenhados no negócio de vinhos do Porto, movimentando quantitativos de bastante expressão. Documentado está que, em 1769, tinham armazenado na cidade cerca de 1500 pipas de vinho, das quais 1200 tinham sido compradas no Douro. A partir de 1757, o trato vinícola assumiu dimensão maior nos seus negócios na praça do Porto. Esta companhia foi sendo gerida por vários membros da Família Kopke, conseguindo obter uma excelente reputação para os seus vinhos. Devido a um enorme incêndio que destruiu os seus escritórios em 1882 torna-se muito difícil hoje conhecer tudo acerca dos diversos membros da família que estiveram ligados à sociedade comercial. Sabe-se que em 1756, data da fundação da Real Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, foi nomeado para a sua "Junta" governativa Nicolau Kopke, um dos membros do clã. Durante o século XVIII, Nicolau Kopke desempenhou um papel importante no comércio do Vinho do Porto e teve grande influência na já referida Companhia das Vinhas do Alto Douro.
A morte de Joaquim Augusto Kopke, em 1895, pôs termo a 257 anos consecutivos de ligação da Família Kopke à casa que ostentava o seu nome. A partir de então, a C. N. Kopke & Cº passa a ter como proprietária a Família Bohane que dirigia a empresa a partir de Londres (onde detinha grande parte dos seus interesses económicos) com um sócio residente em Portugal. Infelizmente quer a depressão (1929), quer a primeira guerra mundial, foram grandemente prejudiciais para os Bohane's que viram a sua London House destruída. A dificuldade em gerir C. N. Kopke & Cº à distância, e os problemas financeiros, obrigaram Frank e Edgar Bohane a vender a Empresa em 1953 à Família Barros, cujo proprietário, Manuel de Barros, estava então já ligado ao negócio da exportação do Vinho do Porto. A Casa Kopke manteve, no entanto, uma grande independência comercial. Em 1953, Manuel Barros, já um nome forte no negócio do vinho do Porto, tornou-se proprietário da Kopke. Mais recentemente (Junho de 2006) a Quinta de S. Luís passou para a propriedade do Grupo Sogevinus que concentra empresas e marcas como Kopke, Burmester, Calém, Barros e Gilbert.
Créditos